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200 anos de Museu do Prado – a.muse.arte

O Museu do Prado, em Madrid, celebra hoje 200 anos. A 19 de novembro de 1819, o Real Museo de Pintura y Escultura abria ao público com uma coleção de 311 pinturas da coleção real, todas de autores espanhóis, num edifício desenhado pelo arquiteto Juan de Villanueva, em 1785, e mandado construir por Carlos III para aí instalar o Gabinete de Ciencias Naturales. Só mais tarde, Fernando VII, juntamente com a rainha sua mulher, a portuguesa Maria Isabel de Bragança, a principal impulsionadora desta obra, tomaram a decisão de aí instalar o Real Museo

María Isabel de Bragança em frente ao Museu do Prado
Bernardo López Piquer, 1829
Madrid, Museo del Prado

Consta que Isabel estaria a visitar o Mosteiro do Escorial quando se apercebeu da quantidade de obras que lá estavam armazenadas, suscitando a ideia de as transferir para o palácio real em Segóvia,  tendo depois o pintor Francisco de Goya aconselhado que as levasse para Madrid, onde poderiam ser vistas por mais pessoas. Em 1868, o museu tomou a designação de museu nacional, passando depois à forma definitiva de Museo Nacional del Prado.

Museu do Prado
2018
Madrid

Para lá das obras expostas e referenciadas no primeiro catálogo do museu, publicado aquando da abertura, estavam guardadas em reserva 1510 obras igualmente provenientes das coleções reais, as quais tinham sido iniciadas, no século XVI, por iniciativa do imperador Carlos V e enriquecidas pelos seus sucessores, incluindo algumas das principais referências do museu, como O jardim das delícias, de El Bosco,  O trânsito da Virgem de MantegnaA Sagrada Família conhecida como La Perla de Rafael, o Autorretrato de DürerLas Meninas de Velázquez, As três Graças de Rubens, ou A família de Carlos IV de Goya. Do antigo Museo Nacional de Pinturas, ou Museu da Trindade, construído para albergar as obras provenientes dos conventos desamortizados e aberto em 1838, cujo espólio foi incorporado no Prado em 1873, é proveniente a maioria do espólio de arte sacra, nomeadamente dos primitivos flamengos, como A fonte da Graça de autor próximo a Jan Van Eyck, obras da escola madrilena do século XVII, as grandes telas de El Greco provenientes do retábulo dos Agostinhos de Doña María de Aragón. Do Museu de Arte Moderna, ingressaram no Prado, em 1971, obras de pintores espanhóis como Vicente López, Carlos de Haes, Rosales e Sorolla. Por outro lado, o museu tem vindo a complementar as coleções através de doações e de aquisições de pintura, escultura, estampas, desenhos e peças de artes decorativas. 

O aumento da coleção e do número de visitantes ao longo dos séculos XIX e XX, obrigaram a sucessivas ampliações, quer através de remodelações no edifício antigo, quer através da ligação ao convento dos Jerónimos, onde, num projeto de Rafael Moneo, foram instaladas em 2007 a zona de acolhimento, cafetaria, loja, postos de informação, auditório e novas salas de exposição. 

A modernização do museu, em particular nos domínios política expositiva, mas também da mediação cultural e da comunicação virtual, a sua modernização foi fortemente impulsionada a partir de 2004 com a aplicação de um novo regime jurídico e estatutário que permite flexibilizar a gestão, agilizar o funcionamento e incrementar a capacidade de autogestão, a partir da Ley reguladora del Museo Nacional del Prado (2003) e da respetiva implementação através da elaboração do Estatuto (2004) que rege o museu. 


Fonte: 200 anos de Museu do Prado – a.muse.arte

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