Colóquio Internacional: Metalepse e Transmedialidade

Figura do deslizamento ontológico e da porosidade entre níveis narrativos, a metalepse manifesta-se em diferentes artes. Ao transferir esta figura do campo da retórica para o da narratologia, tendo em vista descrever a subversão das fronteiras entre níveis narrativos, ou a não distinção entre o universo diegético e o extradiegético, Gérard Genette (1972) já associava o carácter inquietante da metalepse à hipótese “inaceitável e insistente” de, enquanto receptores de uma obra estruturada por esta figura narratológica, podermos ser abrangidos pela circunstância (borgesiana) de o extradiagético ser também diegético. E, certamente por sinalizar a instabilidade ontológica própria do pensamento moderno e contemporâneo, a metalepse tornou-se uma categoria transmedial muito relevante nos séculos XX e XXI.
O Grupo Intermedialidades do Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa, da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, organiza um congresso em torno da metalepse como noção transmedial. Pretende-se averiguar como e porquê esta figura está tão presente na literatura e nas artes em geral e analisar as suas muitas formas de funcionamento e de manifestação.
O congresso terá lugar na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, a 4-5 de Abril de 2019, e privilegiará os seguintes pontos de abordagem teórico-crítica:
- O conceito de metalepse: história e teorias;
- Leituras transmediais da metalepse;
- Metalepse e mise-en-abyme, reconfigurações do autor e do receptor, especificidades genológicas;
- Experiências do contemporâneo: a metalepse ontológica na literatura, nas artes visuais, audiovisuais e performativas;
- Metalepse e crise do dispositivo;
- Metalepse e poesia.
Consultem o programa em:
Programa Metalepse e Transmedialidade