Noturna
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Senta aqui,
tá todo mundo dormindo:
“Olha-me de novo,
Com menos altivez”.
A Lua sobe, faz poemas
como a dona do lobisomen,
mas não o sacia
com a carne ou a noite.
O caminho é lama nas patas.
Segue muito devagar, sente o vento.
Outras bestas iluminam o breu;
você não tá sozinho.
Comida posta em prato dourado,
não sacia um planeta perturbado.
A lua sorri pros viajantes.
E sugere cuidado com os corres.
Pelo espírito de RUMI, Gustavo, Hilda Hilst & Dracula.
Créditos na imagem: Allegory of Vanity (oil on canvas), Bigot, Trophime (c.1595-p.1650) /Palazzo Barberini, Rome, Italy / The Bridgeman Art Library.
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