Periodismo Republicano: perspetivas e representações
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O estudo e análise da imprensa periódica nas diferentes dimensões, entenda-se, local, regional, colonial, nacional e transnacional, é basilar para compreender a contemporaneidade. O estudo do periodismo republicano, crescente no decurso do século XIX, leva-nos a questionar a importância e impacto dessas publicações, as quais almejavam a proliferação da ideia republicana. Sublinhe-se, muitas foram as perspetivas adotadas; de igual modo, assumiram-se múltiplos os agentes promotores da viragem política, económica, social, cultural, científica e mental afeta à mudança institucional através da imprensa periódica. Fosse essa na colaboração estrita, ou no impulso a títulos direcionados para o âmbito mais restrito, tanto como os fundados em grandes centros urbanos, com aspirações transversais à totalidade do espaço de soberania nacional.
Manuel de Brito Camacho constituiu-se como uma figura emblemática dessa realidade compósita. Desde cedo, conciliou a participação na imprensa republicana do baixo Alentejo com as funções de médico militar. Punido pela ligação ao Partido Republicano Português como pelas convicções antimonárquicas, era forçado estabelecer-se em Viseu, onde a colaboração com a imprensa local novamente aconteceu, através das páginas d’ O Intransigente. Tal não obstou à intervenção em periódicos de ampla circulação. Anos depois, viria a fundar e dirigir uma das principais folhas de palavra republicana na capital, mais tarde unionista, A Lucta, tão atenta às realidades regionais como inscrita nas dinâmicas transnacionais.
Pelos 90 anos da morte de Brito Camacho ou ainda pelos 130 anos do início da publicação d’ O Intransigente de Viseu, a Hemeroteca Municipal de Lisboa e o Centro de História da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, convidam a comunidade académica à submissão de propostas.
Os trabalhos a apresentar devem incidir sobre a temática do periodismo republicano, com ênfase para a importância dos vários tipos de imprensa no entendimento e análise do mesmo, destacando protagonistas e aspetos relevantes para a discussão do tema.
Assim, sem prejuízo de outros eixos temáticos, pretende-se sublinhar os seguintes tópicos:
- Vivências jornalísticas e memorialismo;
- Periodismo republicano estudantil;
- Periodismo republicano e divulgação científica;
- Periodismo republicano, resistência e exílios;
- Periodismo republicano e contextos coloniais;
- Periodismo republicano: diálogos e redes transnacionais;
- Periodismo republicano nas províncias.
As propostas de trabalho (até 200 palavras e três palavras-chave) deverão ser acompanhadas de um CV sintético (300 palavras) e da afiliação institucional do proponente.
Submissão de propostas até: 31 de Agosto de 2024
Comunicação da aceitação: 15 de Setembro de 2024
Datas: 30 de Setembro e 1 de Outubro de 2024
Local: Biblioteca Municipal Camões, Lisboa
Formato híbrido (presencial e online)
Endereço eletrónico: periodismorepublicano@gmail.com
Site do Congresso: https://periodismo-republicano.mozellosite.com/
- Vanessa Batista (Hemeroteca Municipal de Lisboa);
- Teresa Nunes (Centro de História da Universidade de Lisboa)
- Alicia Mira Abad (Universidade de Alicante)
- Álvaro de Matos (HTC, FCSH-Universidade Nova de Lisboa; Hemeroteca Municipal de Lisboa)
- António Ventura (Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa/ Centro de História da Universidade de Lisboa)
- Conceição Meireles Pereira (Faculdade de Letras da Universidade do Porto/CITCEM)
- Eduardo Higueras Castañeda (UNED)
- Eunice Relvas (Gabinete de Estudos Olissiponenses, Câmara Municipal de Lisboa)
- Lara Campos Perez (Instituto Politécnico Nacional, México)
- Maria Fernanda Rollo (HTC, FCSH-Universidade Nova de Lisboa)
- Maria Gemma Rubi Casals (Universidade Autónoma de Barcelona)
- Maria Manuela Tavares Ribeiro (Universidade de Coimbra)
- Marie-Angèle Orobon (CREC Université Sorbonne Nouvelle-Paris 3)
- Norberto Ferreira da Cunha (Universidade do Minho)
- Paulo Miguel Rodrigues (Universidade da Madeira/ Centro de Investigação em Estudos Regionais e Locais)
- Rafael Férnandez Sirvent (Universidade de Alicante)
- Rosa Ana Gutierrez (Universidade de Alicante)
- Sérgio Sánchez Collantes (Universidade de Burgos)
- Teresa Nunes (Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa/ Centro de História da Universidade de Lisboa)
- Bernardo Nunes (Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa)
- Frederico Benvinda (Centro de História da Universidade de Lisboa – FCT)
- Pedro Álvaro Mateus (Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa)
- Soraia Milene Carvalho (Centro de História da Universidade de Lisboa)
André Morgado (Centro de História da Universidade de Lisboa)