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processos de modulação materna e familiar nas experiências prisionais de estrangeiras em São Paulo

Resumo


Como estrangeiras cuidam de seus filhos quando dão à luz durante o cumprimento de pena de prisão? Como essas mulheres nutrem seus vínculos familiares quando separados por dois, quatro, cinco anos ou mais pelas fronteiras prisionais e transnacionais? Essas questões são o portão de embarque para a apresentação que abordará os processos de constituição de presas e prisão a partir da modulação materna e familiar de estrangeiras aprisionadas em São Paulo. Com base no trabalho de campo multissituado (Marcus, 1995), resultante do meu engajamento político junto ao Instituto Terra Trabalho e Cidadania (ITTC) e a outras organizações civis de direitos humanos, pretendo analisar as implicações da prisão no exercício do cuidado materno e familiar, e vice-versa, com base na experiência de dar à luz, bem como na de se relacionar com os filhos e demais familiares residentes no país de origem durante o cumprimento de pena. Mais precisamente, coloco-me diante do desafio de analisar dois processos coexistentes e concomitantes: o de intervenção do aprisionamento na manutenção dos laços maternos e familiares e, o contrário, o de intervenção de tais laços na atualização das fronteiras da prisão. Dois processos que nos ajuda a pensar numa antropologia que observa as pessoas e seus ambientes a partir de sua natureza metaestável, em contínuo processo de formação.



Programa:

Apresentação geral do seminário – Teresa Cunha (CES)

Apresentação – Bruna Brumachar
Comentário finais – Teresa Cunha



Nota biográfica

Bruna Bumachar é antropóloga e atua, desde 2006, no sistema prisional paulista como membro de organizações civis de direitos humanos. Possui graduação em turismo pelo Centro Universitário de Vila Velha (2002) e graduação em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (2007), com intercâmbio na Universidade Estadual de Campinas (2004-2005), no Brasil, e Universidade Eduardo Mondlane (2005-2006), em Moçambique. Fez doutorado direto em Antropologia Social pela Universidade Estadual de Campinas (2016) no Núcleo de Estudos de Gênero PAGU, sob orientação de Adriana Gracia Piscitelli, com estágios sanduíches em University of Southern California (2012), sob supervisão de Rhacel Parreñas, e Universidade do Minho (2014), sob supervisão de Manuela Ivone da Cunha. Atualmente Bruna trabalha como assessora de projetos e pesquisa do Instituto Terra Trabalho e Cidadania (ITTC, 2017-2018), uma organização de Direitos Humanos que atua nos âmbitos do sistema de justiça criminal. E, em parceria com a Defensoria Pública da União, está a realizar pós-doutorado na Universidade de São Paulo (USP) sob a supervisão de Vera Telles e financiamento da FAPESP. Suas áreas de interesse incluem: prisões, migrações, gênero, tecnologias, direito, transnacionalidade e parentesco.

Fonte: processos de modulação materna e familiar nas experiências prisionais de estrangeiras em São Paulo

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