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Circos

Publicado em: Circos

 

Marco foste tu 

No dia da glória 

Filho da noite, veio como a aurora 

 

Olhos-noite  

Estrela da manhã  

Doce melancolia, na saudade da memória 

E em (in)finitudes 

Como o tempo, cambia, imensurável, sol, noite, luz 

Aos olhos 

 

[meu] 

 

Filho da terra, filho do céu 

Da early primavera aos dias do solstício 

 

Somos marcos vivos 

Somos seres – isso  

Somos a canção bonita trazida triste cantada do templo 

Somos escrita, criamos asas e voamos no sonho 

Somos vida, e, marcados, consumimos o tempo  

 

Tempo, tempo, traiçoeiro tempo! 

Que me afagaste com as mãos e me lançaste contra as pedras 

Meus dois corações são como a pedra que bate e vira terra 

Que sopra e vira pó  

E do pó surge a dor 

Que atravessa espaços vazios de sentido  

Amarelando a atmosfera 

Temperando o ar com tristes feelings 

 

Ó, circles! 

Ó terra, as cirandas não passaram com a infância? 

Não bebi a água?  

Não pulei, não corri, eu já não me esfolei, assim, por demasiado? 

 

É mister que sejamos como estrelas  

Que toquemos a abóboda celeste com a vara 

Que andemos descalços 

Quebremos o salto 

 

Porque nossos corações são como as montanhas que habitam a terra 

Mas seria nossa fé como o grão de mostarda? 

Seria nossa força como vulcões? 

Porque mesmo os vulcões dormem 

Mas minha dor não permite mais o sono 

 

Ó putos circles! 

Dos belos acertos ao terrível engano 

Do circo da pele clamante 

À morte que espreita o leito sadio do mancebo 

Que sorriu,  

 

Cuja lágrima pariu e germinou a terra com o sono 

 

Pois os sonhos são os mesmos desde Gênesis 

O sono e o sopro, não 

 

 

 


Créditos na imagem: Divulgação. Vincent van Gogh. Laboureur dans un Champ (1889)

 

 

 

SOBRE O AUTOR

Isaías dos Anjos Borja

Estudante do bacharelado em História pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e de Conservação e Restauro pela Fundação de Arte de Ouro Preto (FAOP). É bolsista de Iniciação Científica no Departamento de História do Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS) da UFOP, onde se gradua e pesquisa sobre a implementação do ensino de histórias e culturas indígenas nos cursos de formação superior em História das universidades públicas do Brasil, além de ter desenvolvido estudos a respeito da tese do “marco temporal” e suas implicações sobre Povos Indígenas em processo de etnogênese. É membro do projeto de extensão (Re)Pensa Humanidade (PROEX-UFOP). Se interessa também por temas referentes às relações entre História e Memória, relações étnico-raciais e Literatura Indígena Brasileira. É indígena do povo Puri, poeta e escritor de Alfredo, assinando também como Xipu.

Fonte: Circos
Feed: HH Magazine
Url: hhmagazine.com.br
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