O Confederalismo Democrático entre teoria e práxis. Roda de conversa com Zilan Diyar do Movimento das Mulheres Curdas
Resumo
Esta conversa tenciona estimular um encontro de saberes sobre os pensamentos e as práticas alternativas à racionalidade neoliberal e colonial moderna que surgem da experiência do Confederalismo Democrático no Rojava. Configura-se, portanto, como uma roda de conversa entre Zilan Diyar, integrante o Movimento das Mulheres Curdas, com vinte anos de experiência na implementação de estruturas autónomas femininas entre Curdistão e Europa, e três oradoras/es pertencentes à academia e/ou sociedade civil portuguesa: Carolina Moreira (UMAR Coimbra), Sinan Eden (Climáximo), Stefania Barca (CES/Ecosoc).
Na perspetiva de um olhar desde o Sul, serão abordadas questões inerentes à atual crise da democracia ocidental e aos sucessos e desafios das práxis alternativas, com atenção especial às dimensões económica, ecológica e das relações de género. Após a projeção de vídeos autoproduzidos sobre a ecoaldeia de mulheres Jinwar no Rojava (Curdistão de Leste), serão analisadas as respostas de auto-organização que o povo curdo conseguiu estabelecer no meio da guerra no Norte da Síria, destacando o papel central das mulheres dentro dessa nova construção sociopolítica.
Neste particular, a conversa será uma oportunidade preciosa para aprender sobre o Confederalismo Democrático não apenas em quanto prática, mas também nos seus desenvolvimentos teóricos mais inovadores, como a formulação de uma “ciência das mulheres” (Jineoloji), que constitui uma das principais bases filosófica e científica do modelo curdo.
A conversa será moderada por Eleonora Gea Piccardi (CES/FEUC e Ecosoc) e Ceren Akyos (CES/FEUC) que cuidarão também da tradução entre turco e português.
Evento organizado pela Oficina de Ecologia e Sociedade (CES/Ecosoc) em colaboração com os Programas de doutoramento Democracia no Século XXI e Pós-Colonialismos e Cidadania Global.
Nota biográfica
Zilan Diyar nasceu em 1975 em Dersim (Bakur, Nord Curdistão). Completou seus estudos na Universidade de Marmara, no Departamento de História. Nos últimos vinte anos tem sido ativista no Movimento de Libertação Curda. Trabalhou como jornalista no Sorgul Women’s Journal no Líbano por dois anos e na Roj TV por quatro anos. Membra fundadora do Centro Jineoloji, hoje está guiando o Comitê de Jineoloji na Europa entre ativismo e investigação nessa área.