O Museu do Pardo uniu-se à organização World Wide Fund for Nature (WWF), numa campanha de alerta contra as alterações climáticas, a pretexto da Cimeira do Clima (COP25 – 25.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas), organizada pela Nações Unidas e a decorrer até 13 de dezembro em Madrid.
Para mostrar como seria o planeta se a temperatura aumentasse mais de 1,5ºC, o ponto de não retorno definido pelos cientistas para evitar os efeitos mais graves decorrentes das alterações climáticas, o Museu do Prado selecionou quatro das obras mais conhecidas para ilustrar alguns aspetos decorrentes desse impacto: Felipe IV a caballo (Filipe IV a cavalo), de Diego Velázquez, para o aumento do nível do mar; El quitasol (O guarda-sol), de Francisco Goya, para o drama de refugiados climáticos; Los niños en la playa (As crianças na praia), de Joaquín Sorolla, para a extinção de espécies; El paso de la laguna Estigia (Passagem na lagoa de Estígia), de Joachim Patinir, para o desaparecimento de rios e culturas devido à seca extrema.
A estratégia de marketing serve obviamente a promoção do museu, mas também a usa como alerta para um problema global, usando obras de arte icónicas, facilmente reconhecíveis, ao serviço de uma causa que ultrapassa o âmbito dessa promoção. O museu, nesse sentido, afirma-se de forma ativa face aos problemas da contemporaneidade, o que pode ser encarado como uma nova forma de compromisso social – uma outra face da museologia social?