APOM gratias! | a.muse.arte
Este blogue recebeu o Prémio APOM 2019, na categoria Comunicação Online.
Foi inesperado, apesar de a candidatura supor a hipótese de receber um prémio. Porém, tal como a criação do blogue se deve a uma insistência de amigos e, em particular, da Dália Guerreiro – quantas vezes terei ouvido: “Tens de começar um blogue!” –, foram também amigos que me incentivaram (ou, melhor, “obrigaram” ?) a candidatá-lo a este prémio. Sem levar a candidatura muito a sério, confesso, tal como também não levo este blogue demasiado a sério. Por isso mesmo se designa a-muse-arte, brincando com “amuse(r)”, numa alusão a divertimento, e com “amuse(-bouche)”, um aperitivo ligeiro que se toma antes do alimento a sério.
Não considerei sequer a possibilidade de receber um prémio, ciente de que estes prémios se destinam a distinguir museus, pelo que também não preparei palavras de agradecimento para a eventualidade de o vir a receber. Como haveria de receber um prémio APOM, sem museu, nem coleção? Não considerei sequer essa possibilidade, nem mesmo depois de saber que tinha sido nomeado.
E, no entanto, o a-muse-arte ganhou um prémio!
A escrita de um blogue como este é um processo individual e solitário, geralmente, sem eco nem retorno. Este é o meu poço de barbeiro onde deixo as minhas ideias sobre museus. Não sei quem lê, nem conheço os meus eventuais leitores. Acredito que terei alguns, a julgar pelas estatísticas que recebo, informando-me de uma média superior a 300 leituras diárias. Às vezes, surpreendo-me quando percebo que alguém o conhece, ou alguém leu um texto lá publicado. Mas, em regra, esta escrita é um monólogo que não obtém resposta.
Este prémio é uma resposta efetiva. Recebo-o com a maior alegria e satisfação por ver o trabalho reconhecido por aqueles que gosto de considerar como meus pares e pela autoridade da Associação Portuguesa de Museologia. E recebo-o, também, com toda a humildade de quem reconhece que este blogue não existe confinado às paredes de um universo pessoal e restrito. Este blogue é, sobretudo, de quem o lê, porque é escrito com a perspetiva de uma possível audiência.
Agradeço, em primeiro lugar, à APOM, pelo reconhecimento e pelo estímulo que este prémio representa. Agradeço, de forma particular ao seu Presidente, João Neto, lembrando que, com a Paula Basso, fazemos parte daquela primeira geração de alunos de Natália Correia Guedes, que nos formou e abriu os horizontes para este mundo maravilhoso da museologia.
Cumpre-me, também, agradecer a todos os que me levaram a criar o blogue e a todos os que me incentivam a mantê-lo. Agradeço a todos os que me permitem continuá-lo e aos que aguentam as minhas ausências (quantas vezes disse “espera mais um bocadinho, que eu estou quase a acabar”? quantas vezes te disse isso sem que te impacientasses, António, meu companheiro de sempre?). Agradeço aos que leem como se valesse a pena e aos que me dizem que leram como se tivesse valido a pena, aos que me enviam comentários ou críticas. Agradeço aos que concordam e àqueles que discordam e me obrigam a avaliar outros pontos de vista. É deles, é vosso este prémio. A todos, o mais profundo e sincero agradecimento. Não resisto a utilizar uma expressão em latim, onde cabem todas as palavras de gratidão: Gratias tibi ago!
Fonte: APOM gratias! | a.muse.arte