A Força
Publicado em: A Força
Pra Lucca Barría
Êxtase na escuridão.
Então, o medo perde em parte a sua substância
Escoam-se os desamores e as distâncias.
Kundaline da América,
Como o Atacama que germina,
Em uma alavanca de calcanhares e joelhos! – A Montanha
Se multiplica e dissemina, sementes de mão em mão
São a arca de outras alianças
De pescoços que nunca poderiam ser quebrados,
O olho-negro da Terra
Luzes no breu do céu
E os puxadores
Resgatando vida doce de um mar sangue,
Das sombras.
Surge o Outro
Ela nos carrega pelo ar –
Pelas coxas e pelos cabelos.
É o caminho nos calcanhares.
Clarão
Divino, ele se despe –
Dos sonhos mortos, das saudades mortas.
E agora ele
Comida para os famintos, chão para os buscadores.
Ouve o grito das crianças que nascem
Dissolvendo os fantasmas nas paredes
E ele
É a flecha,
O sonho que viaja
Sem becos sem-saída, como uma consciência
Em mergulho vermelho
O Chile é o caldeirão da manhã.
REFERÊNCIAS
https://www.poetryfoundation.org/poems/49001/ariel
https://www.youtube.com/watch?v=bGIBr1ygMLI
Créditos na imagem: Contra la Guerra, Violeta Parra. Bordado sobre arpileira, 144 x 192 cm.
SOBRE A AUTORA