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Conferência de Gaia Bertoneri | Materialidades da Literatura

© Cartaz de Rui Silva.

No próximo dia 26 de março de 2019, pelas 14h30, na Sala Ferreira Lima (6º piso, FLUC), terá lugar uma conferência por Gaia Bertoneri (Universidade de Turim) intitulada “O Efeito Droste: para uma crítica visual da obra literária de Ana Teresa Pereira”. Organização do Programa de Doutoramento em Materialidades da Literatura, Programa de Doutoramento em Literatura de Língua Portuguesa e Centro de Literatura Portuguesa.

Gaia Bertoneri, doutorada em Humanidades Digitais com a tese O efeito Droste: para uma crítica visual da obra literária de Ana Teresa Pereira, ocupa-se da relação entre os estudos visuais e a literatura portuguesa da segunda metade do século XX. Concluiu o mestrado em Tradução com a tese Trabalhar no escuro: tradurre Ana Teresa Pereira. Ensina Língua Portuguesa e Tradução na Universidade de Turim. Faz parte do comité de redação da revista de estudos comparados SUBMARINO. Traduziu para italiano Ecolalia (Lietocolle, 2018) de Luís Quintais, Photomaton & Vox (Miraggi, 2018) de Herberto Helder, os romances La regina Ginga (Lindau, 2016) de José Eduardo Agualusa, L’estate selvaggia dei tuoi occhi (Scritturapura, 2015) de Ana Teresa Pereira, bem como alguns contos de Machado de Assis para Galleria Postuma e altri racconti (Lindau, 2016), e vários contos para as antologias Bestiario Lusitano (Scritturapura, 2014) e 12 Mesi a Funchal (Scritturapura, 2008).

O Efeito Droste: para uma crítica visual da obra literária de Ana Teresa Pereira

Esta conferência pretende aplicar os chamados estudos visuais à obra literária de Ana Teresa Pereira verificando o funcionamento da imagem mental em três dos seus mais recentes livros, a saber, As Longas Tardes de Chuva em Nova Orleães (2013), Neverness (2015) e Karen (2016). O nosso objectivo é demonstrar como a originalidade da sua obra, uma das mais poderosas em termos de imagética e das mais reconhecíveis em termos de estilo, tem muito a ver com a especial atenção dedicada ao regime do imaginário nos seus textos, quer ao nível de remissões e alusões ao mundo do cinema e a outras formas de expressão artística, quer ao nível de estratégias e técnicas fílmicas ou figurativas aplicadas na sua  construção narrativa. Queremos demonstrar como o processo criativo de Ana Teresa Pereira, talvez a primeira autora portuguesa verdadeiramente influenciada pelo chamado pictorial turn, tem sempre origem numa imagem (pictórica, fotográfica ou fílmica) pertencente ao seu cinema mental, ou seja, ao depósito imaterial de imagens da nossa contemporaneidade, para fixá-la obsessivamente num universo de escrita construído como um jogo de espelhos que se repete, com pontuais variações, até o infinito. A nossa investigação tem, por conseguinte, como objectivo pôr em evidência como a visualidade representa para a autora um verdadeiro mecanismo de reactivação e transformação da memória em limiar do visível. [Gaia Bertoneri]

Fonte: Conferência de Gaia Bertoneri | Materialidades da Literatura

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